Isolamento / “Desromantização” da quarentena / Direito à habitação
Exposição colaborativa de trabalhos artísticos produzidos durante os tempos correntes da pandemia do Covid-19, em reflexão sobre o isolamento, com diferentes perspetivas sobre o mesmo tema por um grupo de jovens artistas, através de diferentes formatos, de pintura e desenho a instalação, poesia, vídeo, música (performance) e fotografia.
A criação dum novo espaço liminar entre a ignorância e o seu oposto: todo um mundo novo cheio de pontos de vista/ideias e oportunidades.
De pinturas de espaços obscuros imaginários que relembram sonhos (ou pesadelos), fotografias que exploram o espaço que nos rodeia, poesia e desenhos que recontam rotinas, filme que subverte uma narrativa fixa, e música como que um grito de mudança, surge esta proposta de uma exposição como metáfora para a situação em que todos nos encontrámos e com que tentámos lidar no nosso dia a dia, uns encontrando mais dificuldades que outros.
Daí parte a ideia inicial de passar uma mensagem de empatia e atenção uns aos outros, já que o sentido de comunidade é algo que nos faltou, desde a primeira vez que nos foi pedido para ficar em casa e não ter contacto com os outros, mas por um bem comum, um bem de segurança para com estes mesmos a que chamamos “nossos”.
No entanto, agora é altura de poder abrir mais que uma janela, e ,sim, abrir uma porta para o mundo lá fora em que nos possamos encontrar outra vez, com a noção de que uns passaram melhor que outros, sem romantizar o isolamento.
O direito à habitação é algo essencial e indispensável, e especialmente nesta altura dos tempos que correm, é necessário perceber o quanto o que nos rodeia nos pode afetar, e é indiscutível que ter condições neste aspeto é um direito de todos.
Vernissage 16th . 6pm – 10pm
Eventos desta semana
- QUI (16) / 6 – 11 pm / Vernissage feat. Benjamin Barrett
- SEX (17) / 12 – 6 pm / Exposição
- SAB (18) / 12 – 6 pm / Exposição
- DOM (19) / 12 – 3 pm / Exposição
- DOM (19) / 5 – 10 pm / clericbeast & Hetta (concert – entrada 5 EUR)
- SEG (20) / 12 – 6 pm / Exposição
- TER (21) / 12 – 6 pm / Exposição
- TER (21) / 6 – 7 pm / What did We see?
- TER (21) / 7 – 11 pm / Prisma Jam Session
ARTISTAS
Marta Paula
Marta Paula é uma artista multidisciplinar de Lisboa, Portugal, cujo trabalho explora variados temas com um contexto social, refletindo sobre a comunidade em que está inserida e o que a rodeia.
Com experiência passada em Design de Comunicação na Escola Artística António Arroio, em Lisboa, reside agora em Londres onde estuda BA Fine Art: Painting na Camberwell College of Arts, University of the Arts London, dividindo o seu tempo entre as duas cidades.
O seu trabalho vai para além da pintura e do desenho, explorando variados materiais e técnicas artísticas, desde escrita a cerâmica, linogravura e fotografia analógica, com o objetivo de refletir e expressar uma mensagem, de uma forma visual subjectiva, em temas como migração, cultura, o direito à habitação, os tempos de pandemia, guerra e conflito no mundo, etc.
Esta documentação da realidade e do que “acontece lá fora, onde estamos todos nós” é um forma de colaborar e se envolver num sentido de comunidade de que precisa tanto para criar como para “ser”. Com o seu trabalho artístico em resposta a tal, encontra uma forma de dar algo de volta àqueles com que aprende e cresce como pessoa, numa base diária.
Alexis Augusto
Com formação em Música, Direção Criativa e posteriormente Artes Plásticas, a prática ancora-se em temas de consumo, trabalho e o lugar da identidade dentro de uma sociedade, com grande interesse em como o som pode transformar narrativas visuais.
A exploração destes temas surge da necessidade de desafiar e ocupar um espaço político muitas vezes fechado a indivíduos queer e trans, apoiando-se simultaneamente na abstração como ato de recusa a ser definido.
Trabalhando entre a videoinstalação e a fotografia, o processo de criação assenta na narrativa não linear e no acaso, mas a relação com a arquitetura ou mais precisamente com o espaço expositivo e o seu público é o principal condutor e preocupação após a fase de idealização, pois a escala torna-se enormemente influente na forma como o espectador percebe a narrativa e interage fisicamente com as obras.
André Rodrigues
Natural de Lisboa, inicia a sua formação artística na Escola Artística António Arroio, especializando-se na área de cinema-vídeo. Estuda Som e Imagem na Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha.
Atualmente, o último ano da licenciatura, tende a optar por possibilidades narrativas através de diferentes elementos recolhidos ou capturados.
Aproxima-se de uma ideia de montagem, onde dá ordem a um “caos banalizado”.
( link para a visualização do filme em canal: https://youtu.be/XBajv0oAdiA )
Benjamin Barrett
Benjamin Barrett é um músico/produtor independente de Lisboa, inspirado nas raízes do rock, blues, psycadelia, folk, punk, grunge, indie, hip-hop para criar o seu próprio som e perspetiva.
Links:
- youtube – https://www.youtube.com/channel/UCaMW1w78oaB9hb6Tf8iJ9Uw
- spotify – https://open.spotify.com/artist/2Y50QlGODTK1OquRnpAzWP?si=RNIn2frRRkaoRFT1tapaJg
- hyperfollow – https://distrokid.com/hyperfollow/benjaminbarrett/poetry-of-the-dead
Sarayva
“Nasci em 2002 com a criatividade a pulsar-me nas veias e, assim, naturalmente enveredei pela procura de uma carreira artística; passei pela Escola Artística António Arroio, que me marcou de forma indelével; ali desenvolvi curiosidade e gosto pelas mais diversas formas de Arte, criei peças de ourivesaria contemporânea, escolhidas pela Direção da Escola para integrar uma exposição itinerante pela Europa; hoje, com 20 anos, continuo a crescer como artista e pessoa; frequento a licenciatura em Ciências da Arte e do Património na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, agora a minha casa; ao mesmo tempo, procuro iniciar o meu percurso de artista plástico através de desenhos e pinturas, num pensamento influenciado, por exemplo, por Virgil Abloh, Picasso, Basquiat, Baselitz, Austin Lee, Daniel Arsham e Francis Bacon, artistas de diversas áreas que eu tento conjugar para ir criando a minha linguagem; que quer transversal à sociedade, hoje fustigada por problemas de diversa ordem; na minha férrea intenção de transmitir a genuinidade do Mundo em que acredito, pretendo, pelo punho da criatividade, marcar uma posição e partilhar com o público, numa relação recíproca, as respostas para a superação que, no fundo da alma, todos buscam.”
Zoe McIntosh
Zoe McIntosh é estudante de Design Gráfico na London College of Communication, inspirando-se em padrões naturais, texturas e frutas e vegetais que ela cultiva no seu túnel polivalente na sua casa em Wye Valley, País de Gales. Zoe também é fundadora do Humble Soup Collective, experimentando com a versatilidade da sopa e os sabores da poesia.