Após uma longa permanência no programa de residência Prisma, o artista e ilustrador Jonathan Markish abordou a confissão de segurança, intimidade e limpeza numa exposição com curadoria à sombra do novo coronavírus.
Lave as mãos, não toque nos olhos, proteja-se, mantenha-o limpo, afaste-se da vista. Há segurança na solidão, longe dos germes, do pecado, do julgamento. No armário da água não há multidão, tiramos as nossas máscaras, a nossa nudez não é meramente física, mas também psicológica e espiritual. Um manto de névoa, uma pluma intoxicante, perfurando através da pele hidratada a energia da água brinca com a luz e transporta a nossa consciência para uma dimensão etérea. Ao fundir imagens figurativas com padrões quase abstractos e viajando sem problemas entre perspectivas e nuances, o Water Closet capta um estado solitário irrestrito, universalmente relatável mas raramente partilhado. Levar-nos-á numa viagem ao interior do santuário da psique humana, onde estamos nus para ponderar o nosso próprio núcleo de existência.
Jonathan (b.84), um veterano da narrativa visual e pintor representativo, explora os limites da cognição humana com obras mostradas em três continentes. Water Closet mostra pinturas figurativas em vários formatos que abrem um vislumbre dos momentos mais húmidos do dia-a-dia, desafiando os espectadores a olhar directamente para a nossa actual obsessão com o saneamento e a higiene num mundo desesperado e sem toque humano.